TIPOS TEXTUAIS/ SEQUÊNCIAS TIPOLÓGICAS
TIPO TEXTUAL : designa uma espécie de construção teórica ( em geral uma sequência subjacente aos textos) definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas, estilo). Em geral abrangem cerca de meia dúzia de categorias conhecidas como narração, argumentação, exposição, descrição , injunção.
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GÊNERO TEXTUAL: refere-se aos textos encontrados na vida diária e que apresentam características sociocomunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, composição e estilo característicos. Se os tipos são meia dúzia, os gêneros são inúmeros.
As sequências tipológicas mais frequentes são a descrição, a narração e a dissertação, mas esse último termo, na verdade, engloba dois: a exposição e a argumentação.
Alguns autores acrescentam ainda a instrução (ou injunção) e o diálogo (também chamado conversação).
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O TIPO NARRATIVO
Apóia-se em fatos, personagens, tempo e espaço. Relata mudanças de estado entre os fatos ou episódios, seja marcando essas mudanças nos tempos verbais ou não.
Há uma relação de anterioridade e posterioridade entre os fatos narrados e, frequentemente, esses fatos mantêm entre si uma relação de causa e efeito. Por isso, muitas vezes, a ordem em que se enuncia os fatos é relevante para a sequência narrativa.
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O TIPO DESCRITIVO
Enumera aspectos, físicos ou psicológicos, em simultaneidade. Nenhum dos fatos, ou informações, é necessariamente anterior a outro. Por isso, a inversão na ordem dos enunciados não altera a “imagem” que a descrição constrói.
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O TIPO INJUNTIVO
O objetivo do tipo injuntivo é levar o interlocutor a fazer alguma coisa.
Gramaticalmente identificadas como vocativo, as sequências injuntivas ocorrem por escrito, num bilhete ou numa carta. Oralmente são constituídas sempre que chamamos alguém.
Quando está associada predominantemente a verbos pode ter a forma de ordem ou de pedido; por isso pode vir frequentemente no modo imperativo ou em forma interrogativa.
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O TIPO PREDITIVO
Caracteriza-se por predizer alguma coisa, ou levar o interlocutor a crer em alguma coisa, que ainda está por ocorrer. Predominam os verbos de estado nos tempos futuros e frases nominais.
Como acontece com os outros tipos textuais o mais frequente é a ocorrência das sequências instrucionais e preditivas mescladas a outros tipos textuais, muitas vezes como parte de outros predominantes.
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O TIPO DISSERTATIVO:
O tipo dissertativo caracteriza-se por interpretar e analisar fatos ou dados de uma realidade, usando para isso conceitos abstratos. As ideias e as relações entre elas tornam-se mais importante do que propriamente os dados, ou as informações, que servem de motivo para se chegar a esses conceitos.
Quando o objetivo explícito do texto é apenas apresentar as ideias, sem objetivar convencer o leitor/ouvinte, dizemos que se trata de texto expositivo.
Quando existe o objetivo explícito de fazer o leitor/ouvinte acreditar nas idéias expostas, dizemos que o tipo é argumentativo.
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QUE NOME DAR AOS GÊNEROS? COMO É QUE SE CHEGA À DENOMINAÇÃO DE GÊNEROS?
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As designações que usamos para os gêneros não são uma invenção pessoal, mas uma denominação histórica e socialmente constituída. Cada um de nós possuímos uma metalinguagem riquíssima, intuitivamente utilizada e, no geral, confiável. Contudo, é difícil determinar o nome de cada gênero textual.
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-Baktim (1979), diz que os gêneros se imbricam e interpenetram para constituírem novos gêneros. Não é correto imaginar que eles têm uma relação biunívoca com formas textuais.
-Em geral, damos nomes aos gêneros usando um desses critérios:
1-Forma estrutural (gráfico;roda-pé;debate;poema)
2-Propósito comunicativa(errata; endereço)
3-Conteúdo (nota de compra; resumo de novela)
4-Meio de transmissão (telefonema; telegrama;e-mail)
5-Papéis dos interlocutores (exame oral, autorização)
6-Contexto situacional (conversação espontânea; carta pessoal)
Mas vários desses critérios podem atuar em conjunto. Basta ver os nomes dos gêneros para constatarmos que na sua classificação sempre atua mais de um critério.
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EXEMPLO DE INTERTEXTUALIDADE ENTRE GÊNEROS:
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Viva saudável com os livros
DIOGENES
Os Livros Diógenes acham-se internacionalmente Introduzidos na biblioterapia
Posologia
As áreas de aplicação são muitas. Principalmente resfriados, corizas, dores de garganta e rouquidão, mas também nervosismo, irritações em geral e fraqueza de concentração. Em geral, os Livros Diógenes atuam no processo de cura de quase todas as doenças para as quais prescreve-se descanso. Sucessos especiais foram registrados em casos de convalescença.
Propriedades
O efeito se faz notar pouco tempo após iniciada a leitura e tem grande durabilidade. Livros Diógenes aliviam rapidamente a dor, estimulam a circulação sangüínea e o estado geral melhora.
Precauções/riscos
Em geral, os Livros Diógenes são bem tolerados. Para miopia aconselham-se meios de auxílio à leitura. São conhecidos casos isolados nos quais o uso prolongado produziu dependência.
Dosagem
Caso não houver outra indicação, sugere-se um livro a cada dois ou três dias. Regularidade no uso é o pressuposto essencial para a cura. Leitura diagonal ou desistência prematura pode interferir no efeito.
Composição
Papel, cola e cores na impressão. Livros Diógenes são ecologicamente produzidos. Neles são usados somente papéis de madeira sem cloro e sem ácidos, o que garante alta durabilidade.
Também no caso de boa saúde garante-se ótima distração.
LIVROS DIOGENES
São menos aborrecidos
Fonte:Ulla 977:100)- tradução de Luiz Antônio Marcuschi
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-No exemplo, pode verificar-se um gênero (publicidade) com o formato de outro ( bula de remédio).
-Em princípio, isso não deve trazer dificuldade para a interpretabilidade, já que impera o predomínio da função sobre a forma na determinação interpretativa do gênero, o que evidencia a plasticidade e dinamicidade dos gêneros.
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-Resumidamente, no caso dos gêneros, temos:
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(1) intergenericidade - um gênero com a função de outro.
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(2)heterogeneidade tipológica - um gênero com a presença de vários tipos.