OBJETIVO DA OFICINA:
-Dar continuidade ao trabalho com gêneros textuais e com o estudo da argumentação;
-Retomar a produção textual, tratando das fases de planejamento, escrita, revisão e edição.
ATIVIDADES DO DIA:
-FILME: VIDA MARIA E COMENTÁRIO;
-ESTUDO DAS UNIDADES 21 e 22;
-SOCIALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES;
-OFICINA DO TP6;
-AVALIAÇÃO DA OFICINA.
Unidade 21: Argumentação e linguagem
Objetivos:
— 1- identificar marcas de argumentatividade na organização dos textos;
— 2- identificar e analisar diferentes tipos de argumentos que sustentam uma argumentação textual;
— 3- reconhecer a qualidade da argumentação textual.
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ATIVIDADE 1
Escolha um provérbio e construa um texto argumentativo em que a tese seja a moral:
- Quem tem boca vai à Roma;
- Devagar se vai ao longe;
- Mais vale um pássaro na mão do que dois voando;
- Antes tarde do que nunca
- Quem tudo quer tudo perde.
7.“Ser pedra é fácil, O difícil, é ser vidraça.” (Provérbio Chinês)
8. “Ninguém experimenta a profundidade de um rio com os dois pés.” (Provérbio Africano)
9. “Ao término do jogo, o rei e o peão voltam para a mesma caixa.” (Provérbio Italiano)
10. “Quando as armas estão prontas .O bom senso vai-se embora.” (Provérbio Árabe)
11. “Quem estuda e não pratica o que aprendeu, é como o homem que lavra e não semeia” (Provérbio Árabe)
12. “Tudo o que acontece uma vez, pode nunca mais acontecer...Mas tudo o que acontece duas vezes, acontecerá certamente uma terceira.”(Provérbio Árabe)
13. “A gente tropeça sempre nas pedras pequenas, Porque as grandes a gente logo enxerga.” (Provérbio Japonês)
14. “Pouco se aprende com a vitória,Mas muito com a derrota.” (Provérbio Japonês)
Linguagem como forma de trabalho cultural
Toda manifestação linguística é também basicamente argumentativa, pois sempre que a utilizamos estamos querendo, mesmo que implicitamente, convencer alguém de nossas ideias.
Quando temos consciência de que nosso objetivo maior ao produzir um texto é fazer o leitor/ouvinte crer em alguma de nossas ideias, classificamos esse texto como argumentativo.
Chamamos de estratégias ou recursos argumentativos à variedade de formas de convencimento utilizadas.
No texto argumentativo, mais especificamente, chamamos essas estratégias de argumentos. Todos os argumentos de um texto devem conduzir a um único objetivo, ou a objetivos integrados e compatíveis entre si.
A tese constitui a idéia principal para a qual um texto pretende a adesão do leitor/ouvinte: é o objetivo de convencimento do leitor/ouvinte.
Os argumentos são os motivos, as razões utilizadas para convencer o leitor da validade da tese.
A tese e seus argumentos
— Argumentos baseados em provas concretas recorrem a cifras, estatísticas, fatos históricos; dão à argumentação uma sensação maior de confiabilidade, de veracidade. Por isso, são muito empregados em textos acadêmicos e científicos ou em qualquer situação em que se pretende fazer o interlocutor acreditar com mais facilidade.
— Chama-se de argumentação por exemplo a essa estratégia de dar um exemplo, ou contar um caso específico, para, em seguida, generalizar e extrair uma conclusão geral.
— O argumento de autoridade recorre a fontes de informação renomadas, como autores, livros, revistas especializadas, para demonstrar a veracidade da tese. Este é um dos tipos de argumentos mais encontrados em livros didáticos ou em textos científicos.
— Argumentos por raciocínio lógico – como diz o nome – são argumentos que resultam de relações lógicas. Os mais comuns são os de causa e consequência e os de condição.
QUALIDADE DA ARGUMENTAÇÃO
Uma boa argumentação depende, primeiramente, da clareza do objetivo (da tese a comprovar); e depois, da solidariedade entre os argumentos: todos devem conduzir para o mesmo objetivo.
Como argumentar é firmar uma posição diante de um problema, um compromisso com a informação e o conhecimento, não é possível construir uma boa argumentação com argumentos fracos, falsos ou incoerentes.
Uma argumentação é considerada inadequada ou defeituosa quando não dá condições para que os objetivos sejam atingidos.
Há várias razões para isso acontecer: podem ser razões ligadas à incompreensão, ou não-aceitação, do interlocutor; podem ser razões ligadas ao desenvolvimento do texto, ou mesmo razões relacionadas à não-correspondência entre os argumentos e o “mundo real”.
Em suma, encontramos, na escolha dos argumentos, vários níveis de adequação
e vários níveis de inadequação quanto à demonstração da tese pretendida: os sentidos globais do texto e o objetivo da argumentação é que definem sua qualidade.
Unidade 22: Produção textual: planejamento e escrita
Objetivos:
— 1- apresentar elementos de reflexão e estratégias relacionados ao planejamento de textos.
— 2- identificar estratégias que podem ser utilizadas para o planejamento e a escrita de textos.
— 3- desenvolver atividades de planejamento e escrita, considerando a construção e revisão textual
Indo à sala de aula pg. 96 e 97
Com seus alunos, você pode (e deve) criar alternativas de trabalho com o texto, por exemplo, deixando o final do texto para que eles escrevam o início ou mesmo deixando o início para que eles desenvolvam o argumento. Escrever o início do texto e depois deixar assinalados apenas alguns conectivos mais importantes, ao longo do texto a ser escrito, deixando espaços em branco entre os conectivos para que sejam preenchidos coerentemente.
Para que não pensem que têm que escrever tantas linhas até chegar ao conectivo ou à expressão seguinte, você pode listá-los no quadro e dizer que são de uso obrigatório, ou mesmo esclarecer que o importante é utilizar os conectivos para ligar os trechos do texto que vão produzir e não escrever tantas linhas. Porém, não se deve exagerar no número de conectivos e expressões, senão você pode desmotivar seus alunos. Você pode começar com um até chegar a um número entre três e cinco.
Na produção do texto coletivo, seja em grupo ou no coletivo da sala, você pode sempre ter suas caixinhas contendo fichas com expressões e conectivos para serem utilizadas de acordo com o seu planejamento, como foi indicado. Alguém inicia o texto e a próxima pessoa se levanta e vem à frente onde está colocada a caixinha para pegar um elemento de conexão que deve dar seqüência ao texto. Você anota no quadro ou em um caderno o texto que está sendo ditado pelos alunos e quando o primeiro esboço estiver pronto, leve os alunos a trabalhar a coerência e a coesão, seja coletivamente, seja em grupos menores. E assim por diante, não se esquecendo de rever os textos produzidos no final da atividade.
Uma outra ideia que pode ser uma alternativa é planejar que, após as atividades de pré-escrita, o início ou o final do texto seja produzido coletivamente e depois o texto seja completado em grupo, utilizando conexões preparadas por você. Mas, atenção: as alternativas devem ser consideradas de acordo com o andamento da produção em sala de aula, as características da turma, etc.
As sugestões estão dadas, mas, para que sejam produtivas, considere a sequência de trabalho já estabelecida. Vá aos poucos, balanceando as atividades para que possa motivá-los como autores. É esse o nosso objetivo, não é mesmo? Você pode criar outras alternativas a partir dessas ideias.
Quando preparar as caixinhas, estabeleça a relação entre os objetivos da aula, as habilidades a serem trabalhadas e o tempo de produção, assim você pode escolher quais os conectivos e as expressões que serão utilizados para cada situação. Prepare as atividades e os materiais sempre balanceando com a situação e o conhecimento adquirido por seus alunos.
Estratégias de planejamento:
Algumas formas de o professor planejar suas aulas de produção de textos:
a) Planejar uma atividade a partir de um modelo inicial que é operacionalizado com o aluno ou grupo de alunos. O professor dá o exemplo, conduz a ação, passo a passo, e depois pede que os alunos trabalhem em seus textos. Porém, não haverá julgamentos, por parte do professor, quanto à produção do aluno estar ou não parecida com o modelo que ofereceu. O professor privilegia a construção dos significados de acordo com os objetivos estabelecidos por cada aluno.
b) Organizar atividades de leitura, planejamento, escrita e revisão que conduzam à comparação e diferenciação entre textos sobre um mesmo tema e/ou procedimentos.
c) Conduzir o aprendizado por meio de instruções sobre os passos a serem dados nas etapas da produção. O professor, então, planeja uma série de atividades similares e vai retirando aos poucos as instruções, ora instruindo o aluno ora deixando-o tomar as decisões.
d) Utilizar conhecimentos seus sobre as estratégias a serem utilizadas durante a produção de textos e dá dicas para os alunos durante o processo de acordo com a etapa em que estiverem.
e) Apresentar o tema e desenvolver atividades que, numa sequência de aulas, levem à sua compreensão e possibilitem a produção de textos a partir de conhecimentos prévios, adquiridos recentemente e criados ou imaginados.
f) Organizar momentos de trocas de conhecimento em grupos menores e entre grupos e a sala.
g) Organizar atividades que suscitem a curiosidade dos alunos, por exemplo, como a leitura de textos por todos os colegas ou grupos para o resto da sala, a discussão sobre os significados e sugestões, criando a necessidade de elaboração de perguntas que ajudem na produção do significado no planejamento, na escrita e revisão dos textos.
h) Elaborar um planejamento alternado de dinâmicas de sala de aula, incluindo atividades lúdicas como leituras, jograis, peças teatrais ou esquetes sobre os trechos lidos e produzidos, montagens de textos, etc.
i) Organizar atividades e projetos conjuntos com professores de outras áreas do conhecimento.
A escrita
A escrita, mesmo aquela do escritor mais experiente, continua a ser um diálogo do escritor com seu texto, considerando a situação comunicativa. Durante a escrita e entre a finalização do primeiro e a sua releitura e reescrita, as perguntas que fazemos são algumas das sugeridas por Calkins (2002, p.33):
• “O que eu disse até agora? O que estou tentando dizer?
• Será que eu gosto do que escrevi? O que é tão bom aqui, que eu possa entender?
•O que não é bom que eu possa arrumar?
• Como meu texto soa? Como parece?
• O que meu leitor ou leitora pensará, quando ler isto? Que indagações poderão
fazer? O que observarão? Sentirão? Pensarão?
• E o que farei a seguir?”
Essas são perguntas que podem ocorrer na produção de um texto. Algumas até na
produção de um bilhete, pois dizem respeito ao ato comunicativo, à formulação de significados que farão sentido para mim, como escritor, e para o outro, como leitor: essas perguntas podem ser ensinadas a nossos alunos. Outra forma de desenvolvermos a consciência textual ocorre quando discutimos e incentivamos as perguntas dos alunos sobre os textos de seus colegas.
Uma opção além das discussões coletivas, em grupo ou em dupla, é aproveitar para ensinar como agir quando o aluno sinalizar que tem dificuldades em iniciar, desenvolver ou finalizar o texto.